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segunda-feira, 27 de maio de 2013

RELEMBRANDO O CHUTE NA SANTA

RELEMBRANDO O CHUTE NA SANTA
Chute na santa é o termo pelo qual ficou conhecido e pelo qual a população brasileira se refere, ainda hoje, a um episódio controverso ocorrido no dia 12 de outubro de 1995 quando Sérgio von Helde, um ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, chutou uma estátua retratando uma santa católica.



(...) nós estamos mostrando às pessoas que isso aqui não funciona, isso aqui não é santo coisa nenhuma (...) 500 reais - 5 salários mínimos - custa no supermercado essa imagem, e tem gente que compra!! Agora se você quiser uma santa mais barata, você encontra até por 100 [reais] (...) Será que Deus, o Criador do universo, pode ser comparado a um boneco desse, tão feio, tãão horrível, tããão desgraçado?!
Sérgio Von Helde, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, durante o programa O Despertar da Fé, exibido na madrugada de 12 de outubro de 1995
 
 
Repercussão

Igreja Católica [editar]

O Papa João Paulo II alertou para que os católicos “não respondessem ao mal com o mal”. O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eugênio de Araújo Sales disse que “a não ser que controlássemos nossas emoções, haveria o risco de uma guerra santa”. Também afirmou que o governo federal seria em parte responsável pelos incidentes, por fazer (sem critérios, que não os políticos) às concessões públicas de rádio e televisão.3 10
Nos primeiros dias, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em nota, condenou o incidente ocorrido, mas adotando uma postura conciliatória declarou querer respeito, evitar polêmica e conflito.3
Visando revigorar e trazer a mobilização da Igreja, clérigos (padres, bispos e arcebispos) lideraram caminhadas, passeatas e concentrações de desagravo à santa

Igreja Universal do Reino de Deus [editar]

A Igreja Universal não se manifestou oficialmente sobre o ocorrido, segundo registros, devido o temor que se instalou, Macedo teria oferecido 10 minutos da programação de televisão(via Rede Record) para os líderes católicos, o que foi recusado. Inicialmente defensiva, a Universal posteriormente alegou perseguição religiosa por meio da mídia.3
Foram registrados também atentados, invasões, apedrejamentos, incêndio de templos e ameaças de bomba.3
"Ele (Sérgio von Helde) agiu como um menino (...) e a TV Globo me transformou num monstro."
Declaração de Edir Macedo, a um repórter.10
A investigação é produto de inquisição contra o meu cliente.
Márcio Thomaz Bastos, até então advogado de Edir Macedo.10
O pastor Ronaldo Didini, que ganhou fama com programa de entrevistas 25ª Hora na Rede Record, deu apoio aos atos de Von Helder, perdeu apoio e influência dentro da própria igreja, inclusive o comando do programa e saiu da igreja em 1997. O estopim da saída foi ter apoiado Celso Pitta na corrida para a prefeitura de São Paulo, contrariando a orientação da Universal, que era favorável ao José Serra em 1996.11
Os acontecimentos ganharam tais proporções na época que a cúpula da igreja decidiu que Sérgio Von Helde seria enviado para os Estados Unidos e Ronaldo Didini, na época apresentador do 25ª Hora por ter apoiado Von Helde na época foi enviado para a África do Sul.3

Membros do governo [editar]

O presidente Fernando Henrique Cardoso pronunciou-se sobre o acontecimento, condenando a intolerância religiosa. O Ministério das Comunicações disse que iria investigar se o pastor infringiu leis de comunicação ao agredir uma imagem religiosa, apoiada por políticos como Afanásio Jazadji.
O Brasil é um país democrático conhecido por sua tolerância (...) qualquer manifestação de intolerância fere seu espírito de união, bem como o seu espírito cristão.
Fernando Henrique Cardoso, então presidente do Brasil
 

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